Anatomia sexual e sistema reprodutor

Sistema Reprodutor Feminino

Fonte: Harris, Robie H. (1997). Vamos falar de Sexo – Crescimento, Corpos em Mudança, Sexo e Saúde Mental. Terramar, Lisboa.

O sistema reprodutor da mulher é responsável pela produção de hormonas sexuais femininas que mantêm o normal funcionamento do ciclo reprodutivo e está preparado para desempenhar várias funções, passando pelas seguintes etapas:

  • Produção de células necessárias à reprodução: o óvulo e os ovócitos;
  • O óvulo é transportado para uma zona para que haja fertilização;
  • É nas Trompas de Falópio que a fecundação do óvulo pelo espermatozoide se pode dar, dando início a uma gravidez; e
  • Se a fertilização não ocorrer a mulher menstrua.

Durante o período da menopausa, o sistema reprodutor feminino cessa a produção de hormonas femininas necessárias a que o ciclo reprodutivo funcione.

Ciclo menstrual e período fértil

O ciclo menstrual é o intervalo de tempo que decorre entre o primeiro dia de menstruação e o último dia do ciclo que antecede, o primeiro dia da menstruação seguinte.

Em média um ciclo dura 28 dias, mas os ciclos não iguais todos os meses e são variáveis de mulher para mulher. Se a mulher tem um ciclo menstrual regular, o número de dias que compõem os seus diferentes ciclos é muito aproximado. Se os seus ciclos diferem bastante no número de dias, diz-se que a mulher é irregular. A duração de um ciclo normal pode ir de 21 a 35 dias.

À primeira menstruação dá-se o nome de menarca e ocorre entre os 10 e os 16 anos. Nas adolescentes, os primeiros ciclos menstruais tendem a ser mais irregulares, não constituindo razão para preocupações.
Quando a mulher deixa de menstruar, diz-se que entrou no período de menopausa, o que significa que os ovários pararam de produzir hormonas. Na maioria das mulheres, a menopausa ocorre entre os 45 e os 55 anos e pode acontecer de forma súbita ou gradualmente.

Fases do ciclo menstrual:

Fase pré-ovulatória

Durante o ciclo, a hipófise (glândula) e os ovários vão produzindo hormonas que comandam a escolha de um óvulo maduro, desencadeiam a ovulação e preparam o útero para uma eventual gravidez.

Desde o nascimento, os ovários contêm milhares de folículos nos quais se encontra o número de óvulos com que cada mulher poderá contar ao longo da sua vida reprodutiva. Muitos destes óvulos nunca chegam a amadurecer.

Nesta fase, à medida que os ovários produzem uma hormona feminina chamada estrogénio, um dos folículos cresce mais depressa do que os outros, fica cheio de líquido e o óvulo que o contém amadurece – chama-se folículo dominante. Quando este folículo se rompe ocorre a ovulação.

A duração desta fase é variável, dependendo do tempo que leva a escolha do folículo dominante. Este facto é responsável pela variação da duração dos ciclos menstruais.

Fase pós-ovulatória

Nesta fase, o folículo dominante sofre transformações. Chama-se agora corpo amarelo e produz uma hormona, a progesterona.

A progesterona é responsável pelas alterações que ocorrem no endométrio (mucosa que reveste o interior do útero), tornando-o mais espesso, com um maior número de vasos sanguíneos, água e glicogénio.
Estas transformações têm como objetivo preparar o útero para receber um óvulo fertilizado, criando as condições para o início de uma gravidez.

Ao fim de 14 dias, cessa a produção de progesterona, caso não se inicie uma gravidez. Dá-se uma queda do nível das hormonas no sangue e, consequentemente, a descamação do endométrio, ocorrendo a menstruação e iniciando-se um novo ciclo menstrual.

O que é o período fértil?

O período fértil é o intervalo de tempo, no ciclo menstrual, em que as mulheres têm maior probabilidade de engravidar. Uma das formas de calcular o período fértil é utilizando o método do calendário.

Método de cálculo:

Durante 6 meses a 1 ano, a mulher deve anotar todos os meses num calendário o dia em que aparece a menstruação, contando o tempo que dura cada ciclo entre uma menstruação e a seguinte. Uma vez feita esta contagem, subtrai-se ao ciclo mais curto, 20 dias, e ao ciclo mais longo, 10 dias. Ao serem encontrados os resultados, o intervalo entre ambos, do menor para o maior, indica o intervalo de tempo provável no qual a mulher se encontra no período mais fértil do seu ciclo.

Por exemplo:
Imaginemos um ciclo mais curto de 27 dias e um ciclo mais longo de 29 dias, então:
Ciclo mais curto: 27-20 = 7
Ciclo mais longo: 29-10 = 19
Este cálculo significa que os dias mais férteis neste ciclo situam-se entre o 7º e 19ºdias.
Quando se fala em 7º dia, fala-se do 7º dia a contar da data do 1º dia da menstruação. Ao longo da vida da mulher, esta situação vai acontecer todos os meses e só é interrompida se a mulher engravida.

Sistema Reprodutor Masculino

Fonte: Harris, Robie H. (1997). Vamos falar de Sexo – Crescimento, Corpos em Mudança, Sexo e Saúde Mental. Terramar, Lisboa.

O pénis é um órgão externo essencialmente formado por três cilindros: o corpo esponjoso, localizado na parte inferior, e os corpos cavernosos que são contíguos ao pénis. Os três corpos compõem-se de um tecido esponjoso e irregular, por onde passam vários vasos sanguíneos e que no momento da excitação sexual se enchem de sangue e incham, provocando a ereção do pénis.

À extremidade do pénis chama-se glande, extremamente sensível a estimulações físicas, uma vez que possui várias terminações nervosas. Na sua base encontramos a coroa e, na ponta, temos o orifício da uretra, o canal por onde passam a urina e o esperma. O prepúcio é a pele que cobre a glande e que pode ser retirada através da circuncisão.

Os testículos são um par de corpos de forma oval envolvidos pelo escroto ou saco escrotal. Normalmente, o testículo esquerdo descai um pouco mais do que o direito. Os testículos têm duas funções: a de produzir testosterona e produzir os espermatozóides. O canal que recolhe os espermatozóides dos testículos e onde estes amadurecem em condições ideais chama-se epidídimo.

Os canais deferentes fazem a ligação entre o epidídimo e a vesícula seminal sendo vias de passagem do esperma durante a ejaculação. A próstata, ou glândula prostática, localiza-se debaixo da bexiga e contorna a uretra, o canal por onde passa a urina e por onde é ejaculado o esperma. A próstata e as vesículas seminais produzem substâncias que vão alimentar os espermatozóides.

Os Homens e a Contraceção

O envolvimento dos homens na contraceção e planeamento familiar é habitualmente reduzido, estando essa responsabilidade associada tradicionalmente às mulheres. No entanto, é desejável que a escolha e acompanhamento da utilização do método contracetivo seja feita em conjunto, ainda que a maior parte dos métodos venham a ser efectivamente utilizados pela mulher. Ainda assim, há metodos de contraceção masculinos:

Preservativo
O preservativo constitui uma barreira à passagem do esperma para a vagina durante o coito. A maioria dos preservativos é feita de latex. Quando usado corretamente, para além de ajudar a prevenir a gravidez, é um método que diminui o risco de contrair infeções sexualmente transmissíveis (IST). Desde que bem utilizado, estima-se que a sua taxa de eficácia se situe entre 94% e 98%. Mais informação aqui

Vasectomia
A vasectomia ou esterilização masculina é um método contracetivo definitivo, pelo que a sua opção tem de ser devidamente ponderada. Enquanto procedimento, a vasectomia é uma operação simples que consiste no corte ou ressecção dos canais deferentes responsáveis pelo transporte dos espermatozoides que são expelidos durante a ejaculação. Durante os primeiros três meses após a operação, deve ser utilizado outro método alternativo. Mais informação aqui