Consulta ginecológica

Exame ginecológico

A consulta ginecológica deve fazer parte da rotina de cuidados de saúde de qualquer mulher. É um espaço onde pode apresentar e esclarecer dúvidas, aprender a cuidar de si e realizar o exame ginecológico.
Qualquer mulher pode ir a uma consulta de ginecologia, independentemente da sua idade.

Quando é que uma mulher deve ir a uma consulta ginecológica?

  • Regularmente, mesmo que nunca tenha tido relações sexuais, para prevenção de doenças específicas da mulher;
  • Quando decidir iniciar as relações sexuais, a mulher deve ir anualmente a uma consulta onde poderá discutir a contraceção e iniciar o exame de rastreio de possíveis infeções do colo do útero;
  • Quando existem alterações nos ciclos menstruais, na palpação da mama ou nas características das secreções vaginais (corrimento);
  • Quando aparecem caroços, vermelhidão, prurido ou ardores na área genital ou nódulos nas mamas;
  • Quando notar alterações físicas que indiquem estar a aproximar-se a menopausa.

O que é o exame ginecológico?

O exame ginecológico é um exame preventivo, indolor, muito simples de realizar. Pode causar desconforto, principalmente se a mulher estiver ansiosa e contrair os músculos da vagina. Para que se sinta tranquila, a mulher pode conversar com o/a médico/a sobre as suas dúvidas e receios e pedir-lhe que explique como vai ser realizado o exame. Pode ir acompanhada à consulta com alguém que lhe transmita confiança.

Principais doenças do aparelho reprodutor da mulher

É fundamental que a mulher faça exames periódicos para avaliar o seu estado de saúde e prevenir as doenças do sistema reprodutor e procurar aconselhamento sempre que se sinta desconfortável na sua vida sexual e reprodutiva.

Principais doenças que afetam o aparelho reprodutor da mulher:

  • Cancro do Colo do Útero
  • Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
  • Cancro do Endométrio ou do Útero

Cancro do Colo do Útero

O Cancro do Colo do Útero tem a sua origem num dos vários tipos de Vírus do Papiloma Humano (HPV). O seu contágio ocorre na maior parte das vezes por via sexual. Existem mais de 1000 tipos de HPV: alguns afetam a pele e causam verrugas, outros afetam o aparelho genital e causam condilomas ou verrugas genitais.

Estima-se que 80% das mulheres e dos homens tenham contactado com o vírus em alguma fase da sua vida. Na maior parte das vezes a infeção é assintomática, o que significa que as pessoas desconhecem que a têm.

Uma situação de HPV não tratada pode levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero.

Fatores de risco
O risco aumenta com o início precoce das relações sexuais e com o número de parceiros sexuais que uma pessoa tem ao longo da vida. As defesas imunológicas têm um papel fundamental ao proteger o desenvolvimento da infeção. Normalmente, a maioria das mulheres é capaz de combater a infeção.

Diagnóstico
A infeção por HPV pode ser diagnosticada de várias maneiras. A citologia do colo do útero, vulgarmente conhecida por Exame de Papanicolau, pode detetar as alterações celulares causadas pelo vírus. Estas alterações podem também ser detetadas através de um exame chamado Colposcopia que consiste na observação do colo do útero com um microscópio ou, no caso dos homens, através da observação do pénis com uma lupa – a Peniscopia.

Métodos de tratamento
Como ter a infeção não significa ter a doença, a infeção por si só não necessita de tratamento. No entanto, algumas manifestações da infeção como os condilomas da vulva, nas mulheres, ou do pénis nos homens, devem ser tratadas. Se as alterações nas células ou nos tecidos são ligeiras, muitas vezes não é necessário tratar, bastando uma vigilância adequada pelo seu médico. Já nos casos em que se verifiquem anomalias severas, o/a médico/a irá aconselhar o tratamento adequado.

Existe uma vacina contra o HPV?
A vacina contra  o Vírus do Papiloma Humano já se encontra disponível e em Portugal são comercializadas duas marcas. A vacinação é gratuita até aos 13 anos.

Doença Inflamatória Pélvica (DIP)

A DIP é uma infeção do trato genital superior feminino, o que significa que pode envolver o endométrio, as trompas, os ovários e estruturas adjacentes.

Em casos mais severos, a DIP pode causar infertilidade ou gravidezes ectópicas.

Causas
A DIP resulta normalmente da gonorreia ou da infeção por clamídia.

Fatores de risco

Sintomas e tratamento
Os sintomas podem ser pouco percetíveis e podem passar por dor na zona abdominal baixa, febre, secreção vaginal com mau odor, hemorragia irregular e dor durante as relações sexuais. É possível curar a DIP com recurso a antibióticos e o seu tratamento deve ser iniciado assim que o problema é detetado.

Cancro do Endométrio ou do Útero

O endométrio é a mucosa que reveste o interior da cavidade uterina. Durante a vida da mulher, o endométrio sofre uma série de alterações. A formação de células malignas cancerígenas nos tecidos do endométrio provoca o cancro desta mucosa.

Fatores de risco

  • idade
  • menstruar muito cedo
  • entrar na menopausa muito tarde ou não ter filhos
  • consumo excessivo de gordura e estilo de vida
  • predisposição genética
  • uso de hormonas como o estrogénio

Sintomas

  • hemorragia fora do período normal
  • dificuldade ou dor em urinar
  • dor durante a relação sexual
  • dor na zona pélvica

Formas de tratamento
O tratamento disponível aplicável depende do estádio em que o cancro se encontra, mas pode incluir a cirurgia e a radioterapia.