Se está grávida

Como saber se está grávida?

Se a menstruação não aparecer na data esperada, ao fim de uma semana pode ser feito um teste de gravidez através da urina (pode ser feito antes, mas o resultado pode não ser fidedigno). Este teste pode ser adquirido numa farmácia ou num supermercado. Também pode recorrer aos técnicos de um centro de saúde e fazer um exame de sangue. Este exame é mais preciso do que os testes de farmácia e pode detetar a gravidez a partir de cerca de 12 dias depois da ovulação.

A gravidez tem início a partir do momento em que ocorre a nidação, ou seja, em que o ovo se fixa às paredes do endométrio. Este fenómeno ocorre entre os 5 e os 12 dias. No entanto, técnicos de saúde calculam o início da gravidez a partir do 1º dia da última menstruação, não a partir da data da conceção.

Normalmente, uma gravidez dura entre 37 e 42 semanas, mas a sua duração média é de 40 semanas. Quando a grávida não sabe a data de início da última menstruação, a ecografia poderá ajudar a determinar quando é provável que ocorra o nascimento.

A importância de ir ao médico

Todas as grávidas têm direito à prestação de cuidados de saúde gratuitos, quer no Centro de Saúde, quer no Hospital. Para vigiar a sua saúde e a do seu bebé, é necessário ir regularmente às consultas. Ser-lhe-á entregue um livrinho verde (o Boletim de Saúde da Grávida) que deve ser levado sempre que for a qualquer consulta ou à urgência (é muito importante que este livro seja levado para o parto).

Consulte aqui mais informações sobre as consultas de vigilância da gravidez.

Cuidados essenciais durante a gravidez

A gravidez não é uma doença, porém, não deixa de ser importante que tome cuidados consigo e que encontre um equilíbrio entre fases de descanso e fases de atividade. Muitas mulheres encaram a gravidez como uma oportunidade para repensar o seu estilo de vida e para tomar decisões quanto a eventuais mudanças.

Quanto à alimentação é importante que seja variada e equilibrada. É através da mãe que o feto recebe aquilo de que necessita para crescer e se desenvolver. Deve alimentar-se várias vezes ao dia e pouco de cada vez, procurando fazer refeições pequenas e com intervalos regulares.

Os alimentos que são recomendados durante a gravidez são:

  • ovos, carne, peixe (fornecedores de proteínas);
  • leite, iogurte, queijo e manteiga (fornecedores de cálcio);
  • ervilhas, feijão, grão (também fornecedores de proteínas vegetais indispensáveis ao feto);
  • fruta e vegetais em todas as refeições (fornecedores de vitaminas e sais minerais);
  • e, claro, água!

É importante, por outro lado, evitar ou reduzir o consumo de:

  • doces e bolos;
  • café, chá, álcool e bebidas com gás;
  • mariscos (risco de salmonelas);
  • carne mal passada (risco de toxoplasmose);
  • queijo fresco de leite não pasteurizado (risco de  brucelose).

O movimento e a prática de uma atividade física durante a gravidez ser-lhe-ão benéficas. Caminhar é um óptimo exercício na gravidez. Se lhe der prazer e não houver nenhum problema com a gravidez, continue a praticar o seu desporto habitual, embora possa ter que moderar a intensidade. A atividade física melhora a circulação sanguínea e diminui alguns incómodos da gravidez, como a prisão de ventre e a fadiga, ajuda a diminuir o stress e as tensões físicas e emocionais.  É importante, contudo, que a mulher converse com o seu médico assistente sobre qual a atividade física mais adequada ao seu caso.

Fumar e consumir drogas (incluindo medicamentos que não tenham sido prescritos pelo médico) ou álcool não são seguros durante a gravidez. O seu consumo pode causar problemas graves ao bebé. Os principais riscos relacionados com o tabaco, álcool e outras drogas incluem baixo peso à nascença, aborto, nascimento prematuro ou parto de um nado-morto, morte súbita do bebé.

Ter relações sexuais não prejudica o bebé em nenhuma fase da gravidez, pois ele encontra-se protegido no interior do útero, mergulhado no líquido amniótico. Poderá ser aconselhada a não ter relações sexuais no caso de surgirem algumas complicações, como hemorragia vaginal e ameaça de parto pré-termo, por exemplo. De notar, contudo, que nas relações sexuais há o risco de infeções que podem ser transmitidas e que podem afetar o feto ou complicar a gravidez, como é o caso da sífilis, da hepatite e da HIV/SIDA, entre outras.

Efeitos psicológicos da gravidez

Para além das mudanças físicas que ocorrem desde o início da gravidez, é natural também experimentar mudanças a nível emocional. Pode haver alguma instabilidade emocional, angústia, ansidedade, ambivalência, insegurança, inquietação,… sentimentos considerados normais. Os receios por se estar numa fase de grande transformação física e psicológica podem ser mais evidentes quando se trata da primeira gravidez.

Ao longo da gravidez costumam surgir alterações emocionais e psicológicas diferentes:

1º Trimestre
A mulher e o homem parecem não estar ainda muito conscientes do que está a acontecer. Pode ser um período de grande entusiasmo e alegria, mas também de preocupações.

2º Trimestre
Na maior parte dos casos este é um período de maior calma. A barriga começa a notar-se, a mulher sente menos sono e começa a ganhar peso. Já sente o bebé e isso pode deixá-la mais tranquila e animada.

3º Trimestre
No terceiro trimestre a mulher pode voltar a sentir-se agitada e preocupada, principalmente com o parto, com a saúde do bebé e também com o que irá acontecer depois do parto.

Se estes sinais se tornarem mais fortes, é importante que peça apoio a alguém de confiança, como familiares, amigos ou serviços específicos, expondo o que sente.

Preocupações comuns de futuras mães e pais

Preocupações comuns das futuras mães:

  • Se vai ser capaz de cuidar do bebé;
  • Se se irá alterar a relação com o companheiro;
  • Como será o pós-parto;
  • Como irá conjugar o seu trabalho com a vida familiar;
  • Como e quando poderá voltar a ter uma vida sexual normal;
  • Receia que outros elementos da família possam interferir de forma excessiva com a sua relação de casal e com o cuidar do bebé;
  • Tem dúvidas sobre se o seu companheiro irá colaborar nas tarefas domésticas e no cuidar da criança;
  • Preocupa-se com a saúde do seu bebé.

Preocupações comuns dos futuros pais:

  • Acerca das suas competências para cuidar do bebé;
  • Sobre se serão capazes de ajudar a sua companheira na recuperação do parto;
  • Com a possibilidade de serem postos em “segundo lugar” com a vinda do bebé;
  • Sobre se vão ser capazes de sustentar financeiramente a sua família;
  • Como poderão proporcionar a educação e bem-estar necessários ao bebé:
  • Com a saúde do seu bebé.

Sinais de alerta na gravidez

Contacte imediatamente o centro de saúde ou a urgência do hospital/maternidade se durante a gravidez tiver:

  • Hemorragia vaginal;
  • Perda de líquido pela vagina;
  • Corrimento vaginal com comichão, ardor ou cheiro não habitual;
  • Dores abdominais;
  • Arrepios ou febre;
  • Dor/ardor ao urinar;
  • Vómitos persistentes;
  • Dores de cabeça fortes ou contínuas;
  • Perturbações da visão;
  • Diminuição dos movimentos fetais.

Para além do ficou descrito, há outras situações que podem implicar uma vigilância especial da gravidez e às quais deve estar atenta, bem como o seu médico (ex.: gravidezes múltiplas, factor Rhesus, doenças do sangue, hemorragias, tensão arterial elevada ou baixa, epilepsia, diabetes, infeções, doenças transmitidas por animais,…).

(Fontes: www.saudereprodutiva.dgs.pt e www.portaldasaude.pt)

Check-lists úteis

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