Objetivos e temas Secundário

Objetivos

Aumentar e consolidar conhecimentos sobre:

  • Várias dimensões da sexualidade
  • Corpo sexuado e órgãos
  • Componentes anatómico-fisiológicas e psicológicas da resposta sexual humana
  • Mecanismos de reprodução e contraceção
  • Ideias e valores implícitos na sexualidade, amor, reprodução e relações entre séculos ao longo da história
  • Problemas associados à saúde sexual e recursos existentes nesta área

Desenvolver atitudes de:

  • Aceitação positiva do corpo sexuado, do prazer e afetividade
  • Não sexistas e defensoras da igualdade de direitos
  • Aceitação e não discriminação face às orientações sexuais
  • Preventivas em matéria de saúde sexual e reprodutiva

Desenvolver competências para:

  • Aumento da capacidade de tomar decisões e recusar comportamentos não desejados
  • Aumento das capacidades de comunicação
  • Aquisição de vocabulário adequado
  • Pedir ajuda e identificar recursos

Adaptado de Educação Sexual na Escola: guia para professores, formadores e educadores/ Alice Frade [et al.] . Lisboa: Texto, 2001.

Áreas

Áreas Temas
Área 1: O corpo sexuado Tema 1: Adolescência
Tema 2: A Reprodução Humana
Tema 3: A Resposta Sexual Humana
Área 2: Expressões da sexualidade Tema 1: Conceito de sexualidade
Tema 2: Orientação sexual
Tema 3: Comportamentos sexuais
Área 3: Sexualidade e relações interpessoais Tema 1: Questões de género
Tema 2: Relação com pares, com a família, com os outros
Tema 3: Valores e sexualidade
Área 4: Saúde Sexual e Reprodutiva Tema 1: Gravidez desejada e não desejada
Tema 2: IVG
Tema 3: IST

Área 1: O corpo sexuado

Tema 1 : Adolescência

Justificação

No início do ensino secundário a maioria dos jovens já passou a puberdade, tendo assim adquirido novas capacidades (reprodutivas, entre outras) num corpo novo. Este tempo de mudança é muitas vezes visto, para alguns, como algo de negativo, que “tem de se aguentar”, em vez de ser algo novo, que pode ser excitante e que deve ser apreciado. Porque, apesar de tudo, estes são os momentos da vida em que os jovens começam a alicerçar a sua independência e a estabelecer a sua identidade e personalidade e são, por isso mesmo, momentos para celebrar e para cada um se orgulhar dos novos passos que poderá dar.
Falar das grandes mudanças corporais porque todos passam e dos sentimentos a elas associados é fundamental para que compreendam que “o normal é ser-se diferente” e que a mudança (exterior e interior) vai ser uma constante nos próximos anos.

Objetivos pedagógicos

  • Conhecer o significado das palavras Puberdade e Adolescência
  • Descrever as mudanças físicas e psicossociais que lhe estão associadas
  • Valorizar a passagem ao estado adulto como a aquisição de um maior número de competências e responsabilidades

Conteúdos mínimos

  • Conceito de Adolescência
  • Conceito de Puberdade
  • Mudanças físicas e psicossociais da adolescência

Bibliografia

Growing through adolescence

Tema 2: A Reprodução Humana

Justificação

O corpo sexuado, caracterizado pela existência de um aparelho genital e áreas erógenas deve ser, como qualquer outro sistema de órgãos, conhecido e entendido, no seu funcionamento, pelos jovens. Desse conhecimento, nomeadamente do léxico a ele associado, resultará uma melhor aceitação da imagem corporal e maior à vontade com o próprio corpo, assim como da própria sexualidade que lhe é inerente.
Uma informação responsável sobre os fenómenos da reprodução é essencial no sentido de serem adotados comportamentos seguros em termos de promoção da saúde, não só individual, como ao nível da saúde pública e, também, para a compreensão das potencialidades do sistema genital humano.

O conhecimento dos aspetos anatómicos e fisiológicos da reprodução irá ajudar os jovens a viver a adolescência de uma forma positiva, apetrechando-os com os conhecimentos adequados para a vida de adulto e encorajando-os a desenvolverem um sentimento de responsabilidade, orgulho e respeito pelo corpo.

Objetivos pedagógicos

  • Conhecer os órgãos constituintes do aparelho genital masculino e feminino
  • Conhecer as suas funções
  • Descrever os órgãos responsáveis pela reprodução humana no homem e na mulher
  • Conhecer as fases fundamentais que ocorrem na reprodução humana (Gametogénese, Fecundação e Desenvolvimento embrionário)
  • Descrever a regulação hormonal do ciclo menstrual e as suas implicações na reprodução
  • Descrever o processo de formação do esperma e a ejaculação
  • Conhecer as condições necessárias para que ocorra a fecundação.
  • Adquirir á vontade no uso adequado do léxico associado à sexualidade.

Conteúdos mínimos

  • Aparelho genital feminino e masculino e seu funcionamento
  • Gametogénese feminina e masculina
  • Ciclo menstrual
  • Fecundação
  • Etapas do desenvolvimento embrionário
  • Regulação hormonal das gónadas

Bibliografia

  • OLIVEIRA, Elsa [et al.] Da Célula ao Universo. Ciências da Terra e da Vida 11º ano. Lisboa: Texto Editora, 1997
  • SÁNCHEZ, Félix López. Educación sexual de adolescentes y jóvenes. Madrid: Siglo Veintiuno de España, SA, 1995
  • SILVA, Amparo e outros. Terra, Universo de vida. Biologia 12º ano. Porto: Porto Editora, 2005
  • Powerpoint “Anatomia e fisiologia da reprodução “

Tema 3: A Resposta Sexual Humana

Justificação

Parece lógico passar-se da anatomia (tema dado anteriormente) ao funcionamento do aparelho genital. Em segundo lugar, porque muitas das dúvidas e perguntas que os jovens apresentam estão relacionadas com este assunto.

Em terceiro lugar parece pertinente juntar esta matéria aos demais temas dos programas/projetos de Educação Sexual face aos resultados obtidos em inquéritos que fazem parte de estudos  neste campo, que revelam que uma elevada percentagem de alunos  desconhece o assunto, incorrendo em riscos desnecessários, como uma gravidez não planeada ou uma interrupção voluntária da gravidez.

Objetivos pedagógicos

  • Conhecer a terminologia sexual associada à resposta sexual humana
  • Reconhecer a resposta sexual humana como sinónimo de sexo recreativo mas também reprodutivo
  • Conhecer as etapas da RSH segundo os vários autores
  • Distinguir os mitos dos factos relacionados com a resposta sexual humana

Conteúdos mínimos

  • Conceito de “Resposta sexual Humana”  Masters&Johnson (1966) e  Kaplan (1979)
  • Etapas da Resposta Sexual Humana

Bibliografia

  • BERDÚN, Lorena. Na tua casa ou na minha. Areal Editores. 2001.
  • FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
  • LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para compreender a sexualidade.  Lisboa: APF,  1999.
  • LÓPEZ, Félix [et al.]. Educación sexual en la adolescencia. Salamanca: Instituto de Ciencias de la Educación. Ediciones Universidad de Salamanca, 1986.
  • MIGUEL, Nuno; GOMES, Ana Maria Allen.  Só para jovens! 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1991.

Área 2: Expressões da sexualidade

Tema 1: Conceito de Sexualidade

Justificação

A sexualidade é uma área obrigatória na educação do indivíduo, tal como a atual legislação de Educação para a Saúde assim o explicita.

Por ser um conceito muito abrangente é, também, naturalmente, complexo e ainda alvo de tabus e de construções sociais diversas. É essa diversidade de construções sociais que torna este tema aliciante, porque a forma como a sexualidade tem sido vista e entendida vai mudando com o evoluir das sociedades e pressupostos da ciência.

É natural que os jovens a confundam com sexo e a reduzam apenas à sua dimensão genital ou fisiológica. Daí a necessidade de ser discutida.

A sexualidade, como a própria definição o diz, descobre caminhos novos para a realização pessoal e enriquece, quando bem aceite, a vida do indivíduo. Neste contexto é preciso trazê-la  para a discussão, integrando-a nos conteúdos de Educação Sexual.

Objetivos pedagógicos

  • Reconhecer a sexualidade como uma expressão fundamental da vida que mediatiza todo o nosso ser
  • Reconhecer e aceitar a dimensão psicoafectiva da sexualidade
  • Reconhecer e aceitar a dimensão sociocultural da sexualidade
  • Descrever as diferentes possibilidades ou fins da sexualidade: afeto, comunicação, prazer e procriação
  • Reconhecer que a sexualidade muda com a idade
  • Aceitar e reconhecer a sexualidade em todas as fases da vida
  • Conhecer os elementos ou níveis bio fisiológicos da sexualidade (sexo genético, gonadal, genital, somático e cerebral)

Conteúdos mínimos

  • Conceito de sexualidade
  • Dimensões da sexualidade
  • Elementos bio fisiológicos da sexualidade
  • Erotofilia e erotofobia
  • Mitos sobre a sexualidade

Bibliografia

  • BERDÚN, Lorena. Na tua casa ou na minha. Areal Editores, 2001.
  • FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
  • LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para compreender a sexualidade.  Lisboa: Edição APF, 1999.
  • PEREIRA, Manuela; FREITAS, Filomena. Educação Sexual: contextos de sexualidade e adolescência. Lisboa: Edições Asa, 2001.

Tema 2: Orientação Sexual

Justificação

A orientação sexual diz respeito à orientação do desejo, isto é, à preferência de um indivíduo por outro de um determinado sexo. Na escolha do objeto sexual, se a orientação se faz em relação ao sexo oposto, estamos em presença de heterossexualidade; se a orientação se faz em relação a indivíduos do mesmo sexo, estamos a falar de homossexualidade. Também existem indivíduos cujo desejo se orienta indiscriminadamente quer para um sexo quer para o outro: são bissexuais.

Se a vivência da sexualidade de cada um, ou seja, o seu papel de género, como homem ou mulher, nem sempre é bem aceite pelo social, a aceitação de orientações diferentes da “norma” ainda o é menos. A distribuição estatística dos diferentes tipos de orientação sexual faz – se, também, segundo uma curva de Gauss, em que os indivíduos que estão nos bordos – os 100% heterossexuais e os 100% homossexuais, são extremamente raros.

«A homossexualidade sempre existiu ao longo da História. Na antiga Grécia, por exemplo, determinadas formas de homo e bissexualidade não eram consideradas pecaminosas. Da mesma forma, embora se acredite que desde as suas origens o cristianismo sempre condenou e perseguiu a homossexualidade, parece que durante muitos séculos a Europa católica não se mostrou contra a homossexualidade» (1). Hoje em dia existe muita controvérsia sobre o assunto no seio  da igreja católica,  não sendo a sua posição  clara porque, embora mais tolerante, continua a não aceitar “a união de facto entre homossexuais” nem as suas práticas sexuais, uma vez que estas não podem ter, como objetivo, a “procriação”.

A homossexualidade é perseguida até aos séculos XVIII e XIX, começando a ser considerada como uma doença com os progressos em Medicina. Contudo em 1974, a Associação Norte-Americana de Psiquiatria decide oficialmente retirar a homossexualidade do rol das doenças do foro psiquiátrico porque apesar de um grande número de teorias ter tentado explicar as causas da homo/heterossexualidade, nenhuma delas conseguiu um êxito completo.

«Aquilo que a maioria das teorias a este respeito, regra geral, não considera, é o facto do comportamento sexual não ser fixo e poder variar ao longo do ciclo de vida do indivíduo. A orientação sexual não será provavelmente uma entidade rígida, mas flexível, moldando-se de acordo com fatores familiares, biológicos, sociais, individuais e outros».

A pertinência do tema, tratado nesta faixa etária, deve-se ao facto de ser importante conhecer que o critério da orientação sexual já se encontra legislado em alguns países, reconhecido como característica que não deverá levar a qualquer tipo de discriminação de um cidadão, à semelhança do que acontece relativamente a outros aspetos da sexualidade, raça ou à religião. Este facto deve-se à consciencialização de que, em alguns contextos, um indivíduo pode ser discriminado por ter uma orientação sexual diferente da norma social que é a heterossexualidade.

(1) BERDÚN, L. Na tua casa ou na minha, p. 183
(2) NODIN, Nuno. A sexualidade de A a Z. p. 196

Objetivos pedagógicos

  • Reconhecer a sexualidade como uma expressão fundamental da vida que mediatiza todo o nosso ser
  • Conhecer as várias orientações da sexualidade
  • Respeitar a orientação sexual de cada um
  • Reconhecer que a orientação sexual é uma questão do foro privado de cada um e não pode dar azo a discriminação do indivíduo
  • Reconhecer a complexidade das causas que procuram explicar a orientação sexual
  • Conhecer alguns factos históricos ligados à reivindicação dos direitos dos homossexuais

Conteúdos mínimos

  • Conceito de orientação sexual
  • Diferenças entre identidade sexual (de género) e orientação sexual
  • Tipos de orientação sexual
  • Mitos sobre a orientação sexual
  • História sobre a forma como a sociedade tem visto a homossexualidade e a bissexualidade

Bibliografia

  • BERDÚN, Lorena. Na tua casa ou na minha. Porto: Areal Editores, 2001
  • FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
  • NODIN, Nuno. A sexualidade de A a Z. Braga: Círculo de Leitores, 2002
  • PEREIRA, Manuela; FREITAS, Filomena. Educação Sexual: contextos de sexualidade e adolescência. Lisboa: Edições Asa, 2001.

Tema 3:  Comportamentos Sexuais

Justificação

Quando atinge a maturidade sexual, o adolescente adquire a capacidade reprodutiva, sentindo de forma mais ou menos acentuada a necessidade de obter satisfação sexual, começa a consolidar a sua orientação do desejo e sente-se fortemente atraído pelos objetos e estímulos sexuais de acordo com a sua orientação.
Contudo, mesmo vivendo numa sociedade em que existe uma regulação dos comportamentos sexuais, é constantemente estimulado através dos media para o exercício da atividade sexual.

Para além da proibição ou da maior flexibilidade, têm de se considerar as necessidades do adolescente e a realidade em que se encontra: ao nível sexual existe um gradual aumento do desejo e as relações sexuais ocorrem em idades cada vez mais precoces, assim como a puberdade.

Crê-se que uma resposta adequada a estes factos passa por oferecer aos nossos adolescentes uma boa educação sexual, uma atitude aberta e compreensiva no seio da família, serviços de saúde sexual e reprodutiva a que possam ter facilmente acesso e nos quais possam sentir-se atendidos sem receios, bem como algum tipo de controlo sobre o uso comercial e publicitário da sexualidade.

Objetivos pedagógicos

  • Conhecer os diferentes comportamentos associados à sexualidade: carícias, beijos, coito, masturbação, fantasias eróticas…etc.
  • Reconhecer que há diferenças culturais, históricas e sociais nos comportamentos sexuais.
  • Reconhecer o direito de dizer sim ou dizer não em relação às práticas sexuais.
  • Reconhecer o direito à abstinência ou a ter comportamentos sexuais de forma livre e responsável.
  • Aceitar que as diferentes orientações de desejo se manifestam através de comportamentos sexuais diversos

Conteúdos mínimos

  • Manifestações dos comportamentos sexuais
  • Comportamentos sexuais na adolescência
  • Atividade sexual livre e responsável: o direito a ter uma história sexual.

Bibliografia

  • LÓPEZ, Félix; FUERTES, António.  Para compreender a sexualidade. Lisboa: APF, 1999.
  • SÀNCHEZ, Félix López.  La educación sexual.  Madrid: Biblioteca Nueva , 2005

Área 3: Sexualidade e relações interpessoais

Tema 1:  Questões de Género

Justificação

Temas como o género, família, parentalidade, interação no namoro, respeito/violência, dizer não a pressões emocionais e sexuais, fazem parte dos conteúdos obrigatórios propostos pelo GTES para o ensino secundário.

A maneira como se vive o papel de género, na nossa cultura é, não só um reflexo social, mas também familiar. Os problemas associados à violência no casal e à incapacidade de dizer “não” a certas práticas abusivas de poder apontam para uma outra vivência do papel de género, que há muito se deseja: mais partilhada, mais igualitária, sem o peso tradicionalmente posto sobre “o masculino”.

Decisões sobre o início ou não de relações sexuais, o uso da contraceção e até, em último caso, a decisão de uma IVG, são aspetos muito importantes que devem ser partilhados por ambos os sexos numa relação de casal.

O homem está cansado de ter que ser obrigatoriamente o “decisor”, aquele que tem que aguentar sem mostrar a sua sensibilidade /vulnerabilidade. É, pois, altura de mudar tudo isto e preparar os jovens para novos papéis de género, quer masculino quer feminino que vão ao encontro de uma sociedade mais democrática quanto aos direitos das mulheres e mais sensível quanto às necessidades dos homens.

Objetivos pedagógicos

  • Distinguir com clareza identidade sexual de papel de género;
  • Compreender que o papel de género depende fundamentalmente das atribuições sociais face ao homem e à mulher;
  • Analisar criticamente os papéis vigentes de género;
  • Aceitar a própria identidade sexual
  • Adquirir papéis de género flexíveis;
  • Assumir papéis de género igualitários, não discriminatórios

Conteúdos mínimos

  • Identidade sexual e papel de género
  • A assertividade numa relação de casal

Bibliografia

  • BERDÚN, Lorena. Na tua casa ou na minha. Porto: Areal Editores, 2001
  • FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
  • LÓPEZ, Félix; FUERTES, António.  Para compreender a sexualidade. Lisboa: APF, 1999.
  • PEREIRA, Manuela; FREITAS, Filomena. Educação Sexual: contextos de sexualidade e adolescência. Edições Asa: Lisboa, 2001.
  • SÀNCHEZ, Félix López.  La educación sexual.  Madrid: Biblioteca Nueva, 2005
  • SÀNCHEZ, Félix López. Educación sexual de adolescentes y jóvenes.  Madrid: Siglo Veintiuno de España Editores,  1995

Tema 2:  Relações com pares, com a família, com os outros

Justificação

As relações interpessoais de maior proximidade são dentro do casal (homo ou heterossexual), com pares e, um pouco mais afastadas, com a família.

Saber comunicar, expressar sentimentos e pedir ajuda são competências sociais que devem ser treinadas ficcionalmente, em contexto de formação, para que mais tarde e já num contexto de vida possam ser recursos otimizados. Debater a evolução do papel da família e dos amigos é importante para conhecer e entender as mudanças sociais na estrutura familiar e também na relação de casal.

Assim se entende que  temas como o género, família, parentalidade, interação no namoro, respeito/violência, dizer não a pressões emocionais e sexuais, façam também parte dos conteúdos obrigatórios propostos pelo GTES para o ensino secundário.

Objetivos pedagógicos

  • Reconhecer o significado e a importância da comunicação
  • Reconhecer a importância da cooperação e ajuda
  • Analisar as dificuldades na relação rapaz/rapariga
  • Ser capaz de dialogar com pessoas do outro sexo
  • Saber expressar sentimentos, afetos, desejos, intenções e decisões dos outros
  • Saber respeitar, aceitar ou recusar sentimentos, afetos, desejos, intenções e  decisões dos outros
  • Compreender que em todas as sociedades há regras de comportamento sexual
  • Conhecer as mudanças sociais na estrutura familiar e os tipos de famílias atuais
  • Reconhecer a importância pessoal da família, como núcleo que satisfaz necessidades afetivas básicas.

Conteúdos mínimos

  • A amizade
  • Relação com pares
  • A família: análise histórica e social
  • As relações pais e filhos
  • Aspetos históricos, sociais e culturais sobre sexualidade

Bibliografia

  • FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
  • PEREIRA, Manuela; FREITAS, Filomena. Educação Sexual: contextos de sexualidade e adolescência. Lisboa: Edições Asa, 2001.

Tema 3:  Valores e sexualidade

Justificação

Os valores são as coisas em que acreditamos. Conhecê-los permite explicitar o que realmente queremos, tomar decisões, não nos deixarmos manipular pelo grupo…,etc.

Os valores dão sentido e significado à nossa vida. Deveriam, assim, orientar as nossas decisões.
Neste sentido é importante ajudar os adolescentes e jovens a identificar os valores da sua família, os valores dos que os rodeiam, e os seus próprios valores.

Uma vez identificados os valores há que ajudar os adolescentes a tomar decisões, quer dizer, a orientar a sua vida na direção que consideram ser a mais adequada. Estas decisões deverão estar em harmonia com os valores e ter em conta tanto no passado como no futuro.

No trabalho com valores, não se trata de doutrinar, mas sim de ensinar a descobrir os valores de cada um, as possíveis contradições e, às vezes, a superficialidade dos valores dominantes.

O educador não pode, de forma alguma, considerar que os seus valores ou os da sua geração são os únicos ou os melhores.

Objetivos pedagógicos

  • Conhecer o conceito de valores
  • Reconhecer os valores da família, dos que rodeiam os jovens e deles mesmos
  • Compreender a maneira como os valores afetam os nossos comportamentos
  • Aprender a falar de valores com os outros
  • Saber o que é tomar decisões
  • Reconhecer a necessidade de uma ética social

Conteúdos mínimos

  • Valores
  • Ordenar valores
  • Tomada de decisões
  • Estratégias próprias da tomada de decisões
  • Necessidade de ética social

Bibliografia

  • SÀNCHEZ, Félix López. Educación sexual de adolescentes y jóvenes.  Madrid: Siglo Veintiuno de España Editores,  1995
  • SÀNCHEZ, Félix López. La Educación sexual.  Madrid: Fundación Universidad-Empresa,  1990

Área 4: Saúde Sexual e Reprodutiva

Tema 1:  Gravidez desejada e não desejada

Justificação

A introdução deste tema, num programa de educação sexual, deve-se ao facto dos adolescentes serem considerados um grupo de alto risco no que diz respeito ao número de gravidezes não desejadas e também à elevada percentagem de mães adolescentes, no nosso país.

A utilização correta dos serviços de Planeamento Familiar e uma contraceção segura têm influência clara, não só na diminuição do número de gravidezes não desejadas, mas também na diminuição do número de IVG nas adolescentes.

Ainda existe um grande número de jovens que, na sua primeira relação sexual (com penetração), não utiliza meios contracetivos. Até que decidam a utilização de um método, estão desprotegidos/as em relação a uma gravidez.

Também é frequente existir, por parte dos jovens, alguma relutância em recorrer aos serviços de saúde, o que lhes facilitaria  uma contraceção adequada e, acima de tudo, segura. Pelo contrário, utilizam a pílula por auto prescrição, o coito interrompido e outras formas altamente falíveis de contraceção. Pode-se assim concluir que, não obstante a informação veiculada pelos meios de comunicação social, é notório um certo nível de desinformação dos nossos jovens.

Objetivos pedagógicos

  • Reconhecer o direito à maternidade/paternidade como escolha livre e responsável do casal.
  • Reconhecer que a atividade sexual em determinadas circunstâncias pode ter riscos.
  • Conhecer a realidade social e pessoal de uma GND.
  • Analisar os fatores de risco associados à GND.
  • Considerar a GND como um comportamento irresponsável do casal para com a sociedade e para com o próprio.
  • Adquirir competências sociais que permitam evitar a GND.

Conteúdos mínimos

  • Saúde sexual e reprodutiva
  • Planeamento Familiar
  • Contraceção
  • Tipos de métodos contracetivos
  • Reprodução medicamente assistida
  • Competências para a tomada de decisão

Bibliografia

  • BERDÚN, Lorena. Na tua casa ou na minha. Areal Editores. 2001.
  • FRADE, Alice [et al.]. Educação Sexual na Escola. 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1996.
  • LÓPEZ, Félix; FUERTES, António. Para compreender a sexualidade.  Lisboa: APF,  1999.
  • LÓPEZ, Félix [et al.]. Educación sexual en la adolescencia. Salamanca: Instituto de Ciencias de la Educación. Ediciones Universidad de Salamanca, 1986.
  • MIGUEL, Nuno; GOMES, Ana Maria Allen.  Só para jovens! 2ª Edição. Lisboa: Texto Editora, 1991.
  • CARPINTERO, E.  Prevenção de riscos associados ao comportamento sexual: gravidez não desejada, DST e SIDA. Lisboa: APF, 2004.
  • KOHNER, Nancy. Como falar às crianças sobre sexo. 2ª Edição. Lyon Edições. Mem Martins,1999
  • PEREIRA, Manuela; FREITAS, Filomena. Educação Sexual: contextos de sexualidade e adolescência. Lisboa: Edições Asa, 2001.
  • SUPLICY, Marta – Sexo para adolescentes. 2ª Edição. Edições Afrontamento. Porto, 1995