Edições

Ao longo da sua existência, a APF desenvolveu sempre instrumentos de disseminação do conhecimento técnico e científico. São exemplos a revista da APF, publicada desde 1978, e que foi tendo sucessivos nomes – “Planeamento Familiar” (1978-1994), “Sexualidade & Planeamento Familiar” (1994-2012), “Saúde Reprodutiva, Sexualidade e Sociedade” (2012-2015).

Criada como Boletim, em 1978, com o título “Planeamento Familiar“, esta publicação iniciou-se com uma periodicidade trimestral e uma tiragem de 3 000 exemplares, sendo de distribuição gratuita aos sócios da APF e de venda ao público em geral. Do corpo de responsáveis mais directos faziam parte um elemento da Direcção Nacional da Associação (Maria Antónia Fiadeiro), um Chefe de Redacção (Miguel Oliveira da Silva) e uma Secretária de Redacção (Hortense Almeida).

A partir de 1994, procurando uma maior dinamização e actualização, a APF procedeu a um esforço de renovação gráfica e de estrutura temática do qual resultou uma nova série (Série 2) iniciada com o nº 1 – Janeiro/Março 1994 e uma nova designação, que se manteve até 2011 – “Sexualidade & Planeamento Familiar”.

Ao longo da Série 2, que irá do nº 1 (Janeiro/Março 1994) ao nº 23/24 (Julho/Dezembro 1999), é já visível alguma preocupação pelo carácter temático patente em algumas edições, que procuraram trabalhar e dar especial enfoque às grandes questões dos anos 90 –  promoção da educação sexual nas escolas, comunicação pais-filhos adolescentes, VIH/SIDA, problemática dos abusos sexuais em crianças e jovens, contracepção e contracepção de emergência, sexualidade dos jovens, gravidez na adolescência, projectos de intervenção comunitária, espaços de atendimento para jovens. Também os assuntos relacionados com a população e o desenvolvimento são agora trabalhados e publicados com mais frequência enquanto o conceito de Saúde Sexual e Reprodutiva vai ganhando contornos cada vez mais amplos.

Em cerca de 33 anos de existência, a mais comummente chamada Revista da APF conheceria, em finais da década de 90, um novo ciclo de transformações e uma nova reestruturação, cujo resultado surge com o nº 25/26 (Janeiro/Junho 2000), dedicado ao tema “Jovens, Sexualidade e Riscos”. Tratou-se, aparentemente, de uma reestruturação de carácter mais técnico e gráfico, com uma nova apresentação e uma nova imagem. No entanto esta era apenas a “parte visível” de um projecto que se impunha como um desafio, regendo-se pela constante procura de inovação, actualização e melhoria aos mais diversificados níveis.

Este novo ciclo da Revista, que veio reforçar a consolidação já patente na década anterior, acrescentou à publicação novas formas de abordagem, novos contextos e novas áreas de trabalho. A problemática da gravidez, maternidade e paternidade na adolescência é trabalhada de forma cada vez mais diversificada, fruto dos projectos regionais desenvolvidos nesta área, tal como sucede para a intervenção comunitária; a IVG permanece uma constante, quer em termos de novas abordagens, quer nos seus aspectos legislativos; as múltiplas questões relacionadas com a contracepção mantêm-se, mas também agora associadas a patologias e doença crónica; o VIH/SIDA e outras IST são temas recorrentes, tal como a sexualidade e deficiência, vista agora também do lado dos profissionais; a educação sexual em meio escolar surge-nos através das intervenções e experiências no terreno levadas a efeito pelas APF Regionais; retoma-se a problemática da Mutilação Genital Feminina através de um estudo inovador sobre esta prática, da mesma forma que se procuram trabalhar as várias dimensões da família, transformações e relações familiares, bem como os elos complexos entre a sexualidade e os Media, genética e procriação medicamente assistida ou a sexualidade em meio prisional.

Mais recentemente, o esforço realizado foi no sentido de aproximar a revista de uma publicação de carácter científico, tendo passado, em finais de 2011 a ser uma publicação online designada “Saúde Reprodutiva, Sexualidade e Sociedade”. Por falta de recursos, esta publicação foi suspensa em 2015.

Em paralelo, a APF editou,entre 2005 e 2012, a Revista “Educação Sexual em Rede. Fundamentalmente destinada a professores e escolas, esta publicação foi igualmente divulgada a profissionais de saúde e a todos os profissionais potencialmente envolvidos na promoção de actividades e projectos de educação sexual nas escolas, organismos regionais e centrais do Ministério da Educação, associações profissionais e centros de formação de professores. Em 2012, a Revista foi suspensa, pela impossibilidade de a APF manter os custos da produção e expedição desta Revista.